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Alentejo Mini Trip

3 Etapas . 278km . Altimetria = 1697m

Com três dias para aproveitar e a minha Specialized Awol para estrear fiz-me ao caminho e decidi andar por terras alentejanas, que sei que nesta altura do ano (primavera) está no seu melhor! O meu objetivo era andar perto do Rio Sado.

07.Abril.2017

1º Dia . Lisboa - Alcácer do Sal - 104km com uma elevação total de 617m

Com a primavera a chegar sai de casa por volta das 7h00 (Alto de Sto Amaro) em direção ao barco do Barreiro na Praça do Comercio. A bicicleta não paga e como vou na direção contrária à hora de ponta não existe qualquer problema, o bilhete custa 2,35€ e mais o cartão que custa 0,50€ para carregarem a viagem (este cartão serviu-me para carregar outras viagens mais à frente). A viagem de barco dura cerca de 20 minutos e é bastante agradável.

Quando saio da estação dos barcos vou para a direita (pelo passeio) passo a antiga estação de comboios do Barreiro (desativada) e entro no track que levava no GPS e me iria conduzir a Setúbal supostamente por fora de estrada mas infelizmente não foi o que aconteceu e a viagem foi quase toda por estrada. No Barreiro e como existiam obras foi obrigada a passar por dentro do parque da Quimigal o que é bastante interessante dali segue-se o Lavradio, Baixa da Banheira, Alhos Vedros (N11) Moita e Pinhal Novo. Depois de Pinhal novo entro mesmo junto a uma passagem superior da linha do comboio num estradão (estrada Vale de Marmelos) que segue paralelo à linha e muito mais sossegado do que todo o caminho até então que foi sempre pautado por bastante trânsito, são cerca de 2km até passarmos por uma estação de comboio e continuamos por mais ou menos 3km. Quando chegamos á estrada de alcatrão viramos tudo à direita e 10 metros à frente atravessamos a estrada e voltamos ao caminho paralelo à linha de comboio.

Passamos por baixo da linha um pouco mais à frente e continuamos por mais 2km e voltamos a "desaguar" na estrada. Viramos tudo à direita subimos o viaduto e neste momento o meu track mandou-me virar para um trilho à direita - ERRO! Tinha um portão e estava fechado, mas erradamente consegui passar por ele. Apesar de ser muito bonito este troço levantou-me bastantes dificuldades: areia, poças de água gigantes e para sair e voltar à estrada tive de arranjar forma de ultrapassar uma vala de ervas e picos :o(

E lá regresso à estrada (M542) e de imediato estou a entrar em Setubal. Aqui deixava de ter track de GPS e segui as indicações para Alcácer do Sal que me fazem entrar na N10, com muito e pouco civilizado trânsito e bermas muito estreitas, assim que tive oportunidade tentei ter um pouco de paz. Depois de cerca de 6km conseguimos fazer um desvio e ir por uma estrada paralela que vai para Gâmbia, não é muito longo mas são alguns poucos kms de sossego e tranquilidade numa estrada com muito pouco trânsito e bonita.

De regresso à N10 (agora com bermas mais largas) passamos Águas de Moura, e depois de Marateca a estrada passa a ser a N5 e chego finalmente a Alcácer do Sal por volta das 16h30. Nos km finais as bermas estão em muito mau estado, pelo que todo o cuidado é pouco!

A melhor hora para fazer este troço será entre as 12h e as 14h, hora em que os camionistas estão a almoçar e existem menos camiões a circular.

Assim que cheguei instalei-me numa das belas esplanadas (Pastelaria Regional e Residencial Salátia) viradas ao rio na avenida principal que ladeia o Sado e deliciei-me com bolos "fintos" regionais. Alcácer é uma cidade de grande beleza e vale a pena dar uma volta para ficar a conhecer todos os seus atrativos. Fiquei na Residencial Salatia na avenida principal (entrada pela rua de trás) - 35€ com pequeno almoço. É muito familiar e agradável, a vista é fabulosa.

 

08.Abril.2017

2º Dia . Alcácer do Sal - Ferreira do Alentejo - 72 km com uma elevação total de 540m

Depois de uma noite bem dormida fiz-me à estrada por volta das 7h00 com um nascer do sol sobre o Sado do outro mundo! Tiradas as fotos da "prache" não passei a ponte de ferro para a outra margem e comecei a rolar pela margem esquerda do rio direita à Barrosinha pena N5. O plano era na Barrosinha tentar entrar para junto do canal de rega e seguir por um trilho que julgava existir sempre a ladear o rio Sado. Assim que avistei a Adega encontrei a estrada que virava à direita, no entanto o caminho tinha tanta areia que optei por regressar para trás e regressar à N5. E um pouco mais à frente (7/8km) encontrei placas a indicar Sapalinho, Arouca ... e virei por aí à direita entrando assim numa zona muito bonita da viagem.

Trilhos de terra escura e vermelha ladeada de carvalhos e oliveiras, muito gado e algumas descidas bem giras. E assim fui andando seguindo algumas indicações para Sapalinho (esquerda), mas nem tudo são boas notícias, começo a ter cada vez mais areia e acabo mesmo por ter de sair da bicicleta e ir um bom bocado a empurrar a bicicleta, pois era impossível com a quantidade de areia do trilho conseguir rolar. O trilho acaba numa quinta agrária e avisto ao longe na outra margem Vale do Guizo. Felizmente estavam pessoas a trabalhar e depois de lhes perguntar onde conseguia encontrar o canal de rega disseram-me que era já ali e que me iam abrir o portão. Depois do gado recolhido lá passei por trás do curral e o sr. engenheiro levou-me até ao portão. Daqui para a frente existem vários portões para o gado, só temos de soltar um arame e ter o cuidado de o voltar a fechar.

Quando passei o portão e vi o canal de rega (sem água) percebi também que há muito tempo que ninguém passava por ali e ... onde está o trilho? não estava, a vegetação chegava-me aos pedais e foi rolar a confiar que não ia cair em nenhum buraco, é daqueles momentos em que existe algum stress mas no final do dia quando fazemos o balanço do dia esta foi mesmo a melhor parte. Sabia que a determinada altura teria de passar por baixo do canal de rega e a primeira vez que essa situação acontece não era possível passar por baixo porque estava vedado, resolvi segui e mais à frente é mesmo fim de linha e apesar de vedada também aqui a passagem tinha um dos tais portões com uma laçada de arame que dá para abrir. Quando passei o portão deixei mesmo de ter trilho e deambulei um pouco no entanto comecei a ouvir carros e foi fácil de seguir para a direcção da estrada.

Para sair é que foi uma comédia, tinha mais um dos tais portões só que desta vez estava fechado com cadeado e tive de arranjar uma forma de passar por baixo quase a rastejar com a bicicleta. Mas lá se resolveu o problema .o)

Entrei de imediato na N5 e fui rolando muito tranquila numa agradável estrada com subidas e descidas ligeiras até ao Torrão. Almocei no restaurante O Tordo, que recomendo, ovos com espargos, linguiça e uma sopa divinal! Depois do Torrão já estamos em plena N2 e a próxima localidade é Odivelas, que avistei apenas uma vez que a estrada segue sem passar por dentro da vila.

E de Odivelas a Ferreira do Alentejo (destino final do dia) é um "tirinho". Ferreira do Alentejo é uma cidade tranquila sem grandes atrativos. Fiquem alojada num turismo local muito agradável - O Pátio das Flores = 25€ com pequeno almoço (e o melhor bolo de cenoura do mundo) um casarão grande e muito castiço com tratamento familiar e muito à vontade. Existem vários restaurantes mas optei por comprar comida no super e usar a cozinha da casa.

 

09.Abril.2017

3º Dia . Ferreira do Alentejo - Lisboa - 102 km com uma elevação total de 457m

Mais uma noite bem dormida e nada melhor que começar com um super pequeno almoço que me tinham deixado na cozinha e comi o melhor bolo de cenoura do mundo - Bravo Pátio das Flores! .o) Um pouco antes das 7h estava já a rolar, segui os conselhos do Manuel e meti-me pela N259 em direção a Grândola, no entanto não sei se foi a melhor opção uma vez que a estrada não está em muito boas condições e as bermas ainda estão piores e estranhamente apesar de ser domingo e ainda muito cedo já passavam muitos carros. Mas vai -se andando muito bem com ligeiras subidas e descidas e passamos por Sta. Margarida do Sado com uma ponte e uma vista muito bonitas e agradáveis.

Um pouco depois de Sta Margarida entramos na IC1e não só aumenta o bastante a afluência de carros como a velocidade passa o ser muito maior o que pode ser perigoso, no entanto as bermas permitem-nos seguir com alguma sensação de segurança. E assim seguimos até Grândola. Depois da Vila Morena abandonamos a IC1 para entrar na N261-1 em direção ao Carvalhal.

A N261-1 é uma estrada sem bermas mas com pouco trânsito e muito agradável. Depois do Carvalhal e até à Comporta entramos na N253-1 que já tem bastante mais trânsito. E assim continuamos a sentir o mar cada vez mais perto e a tipologia de árvores a mudar e as dunas passam ladear a estrada. Infelizmente a velocidade e proximidade (razias) com que os carros passam não me deixaram desfrutar convenientemente a paisagem.

Um pouco antes da chegada a Tróia viro vira-se à direita para o Ferry Boat - 3,55€ (se não tivermos cartão são mais 0,50€) e segue-se uma agradável viagem até Setubal e neste caso até tive direito a ver golfinhos. Depois de chegar a Setúbal e ver a quantidade de carros em direção à N10 para Lisboa optei por regressar de comboio. Para chegar à estação basta seguir as indicações de Hospital e facilmente vamos ver a Estação Principal.

Mais uma vez utilizando o cartão o bilhete fica em 4,45€ e segui numa tranquila viagem até Entrecampos.

E assim foi a minha mini viagem por terras Alentejanas!

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