top of page

Rota do Danúbio . Donau Radweg

8 ETAPAS . 833 Km . Altimetria = 5357

A Rota do Danubio (Donau Radweg) é um percurso que acompanha o rio Danúbio (2845 km) e atravessa vários países. O rio nasce em Donaueschigen na Alemanha (Floresta Negra) e desagua no Mar Negro na Romênia. O local exato da nascente é um pouco polémico e Furtwangen reclama para si a localização da nascente. Polémicas à parte a rota inicia-se em Donaueschingen.

A ciclovia está muito bem sinalizada nos dois primeiros países (Alemanha e Austria), sendo uma rota de dificuldade técnica fácil, muito frequentada e com níveis de segurança elevados indicada para todas as idades.

Rola-se essencialmente por alcatrão entre campos de milho e florestas e algumas vezes em "estradões" de terra, sem grandes declives ou dificuldades técnicas. São raras a vezes em que temos de circular por estradas com carros e a natureza no seu esplendor é uma constante.

Donaueschigen . Floresta Negra . Ciclovia do Danúbio

A viagem para Donauschigen pode fazer-se de avião até Munique e daí apanhar comboio para Ulm (39€) e de Ulm para Donauschigen (33,80€). E voltar de comboio para Munique no final da viagem ou marcar a viagem de avião para o destino da chegada que pode ser por exemplo Viena (opção mais cara) ou Budapeste.

Em quase todos os comboios podemos levar as bicicletas sem qualquer custo extra ou problema de empacotar, as carruagens estão sempre assinaladas com um desenho de bicicleta.

Comboio Austria - Austrian Railways (OBB)

Outra opção é ir de carro em viagem turística até Donaueschigen e depois regressar de comboio do local onde quisermos terminar. Se a viagem for partilhada esta pode ser uma opção não muito dispendiosa e sempre se evita o stress da bicicleta no avião.

Como fui de carro e a oferta de alojamento em Donaueschigen é pouca e cara, optei por ficar numa vila perto. Depois estacionei num parque à entrada de Donau e a 500 metros da nascente e iniciei a viagem depois do almoço.

12.Agosto.2017

1º Dia . Donaueschigen - Hausen . 72km com uma elevação total de 698m

Almoço comprado no supermercado local e está na hora de começar esta aventura.

Começa pela visita à fonte que assinala a nascente do Danúbio às fotos da pranche e sigo para a praça que está por detrás da nascente e do lado direito meio escondida esta a placa de Start, se não tivermos muito atentos pode não encontrar.

Atravesso a ponte, passo o museu de Arte e um pouco mais a frente tenho indicações para a esquerda.

Existem muitas rotas e de inicio por de ser complicado mas basta seguir as setas que tem o símbolo de Deutsche Donau e Eurovelo 6 - ver imagem

E começo a seguir as setas que me levam a entrar rapidamente num parque natural e começo a deparar-me com muita gente a pedalar. E o cenário não podia ser melhor, estrada de alcatrão no meu de campos muito verdes com curvas e contra-curvas e algumas subidas e descidas ligeiras.

A primeira localidade que passamos é Pfohren (6 Km), Geisingen (16 km), e depois um pouco maior Tuttlingen (36 km) e continuo com a paisagem sempre junto ao rio e à linha de comboio. Vem uma zona de grandes rochas e mais umas subidas e descidas e passamos a ter por vezes estradão de terra. No cimo de um rochedo podemos ver a igreja de Werenwag e pouco depois chego ao meu destino final - o parque de campismo de Hausen (72 Km).

Para ir para o parque, deixo o caminho, atravesso a ponte e no final desta viro à direita e sigo os sinais de camping. É um parque muito básico apenas com balneários e a receção que vende algumas bebidas - Camping Wagenburg = 10,5€

O parque de campismo está localizado entre o rio e a linha do comboio, para entrar nele passamos por baixo da linha, no entanto o barulho dos comboios não é preocupante. Hausen tem um bar/restaurante, uma pensão e mesmo ao lado do camping uma oficina de bicicletas (estas oficinas são uma constante em muitas localidades do percurso)

Tend montada, jantar cozinhado é é hora de dormir.

 

13.Agosto.2017

2º Dia . Hausen - Ehingen . 110km com uma elevação total de 930m

A noite não foi a melhor uma vez que senti algum frio e às 6H00 os sinos começaram a tocar "frenéticamente" (ao Domingo??) e lá tive que começar o dia. Depois de arrumar todo o material e comer umas belas papas de aveia, às 7h10 iniciei a jornada. Voltei à ponte e a entrar na rota certa, desta vez com estrada de terra e aparecem rapidamente algumas subidas.

E assim continuo por zona de bosque alternando com subidas e consequentes descidas, até entrar numa zona de atividades náuticas e temos de escolher seguir em frente para uma subida empinada ou continuar pela margem do rio à esquerda. Como gosto de sofrer, fiz a subida para confirmar que a melhor opção seria baixar ir continuar junto ao rio :o/ e passo por Sigmaringen (22,5 Km) e o seu castelo imponente e Sigmaringendorf (29 Km)

Continuo entre campos de milho e alternando o alcatrão com a terra. Na grande maioria das vezes se quisermos visitar as localidades temos de sair do percurso uma vez que este contorna habitualmente as localidades.

Ao Domingo tudo está fechado por isso é cauteloso irmos bem abastecidos de água e comida, esta é uma zona muito rural e nas pequenas aldeias e lugares não se vê absolutamente ninguém e não existem cafés, mercearias ou qualquer outro tipo de estabelecimentos comerciais.

Chego a Riedlingen (57,5 Km) mesmo a tempo de um belo almoço num kebab uma oferta com preços muito agradáveis para a minha bolsa. Riedlingen é mais uma cidade bonita e bem arranjada como todas as outras porque fui passando. Energias repostas continuo para uma série de subidas violentas e uma delas assinalada com 20% de declive.

A paisagem é sempre muito bonita mas talvez um pouco monótona. É impressionante a quantidade de pessoas a viajar e andar de bicicleta e o conceito de viagem de bicicleta em família é incrível. São frequentes as crianças de 7/8 anos nas suas bicicletas com os mini alforges.

Chego a mais uma bonita localidade por volta das 16h - Ehingen (97 Km) e começo à procura do parque de campismo mas nada de o encontrar. Ando para trás e para a frente e decido perguntar a uma pessoa (que felizmente falava inglês, coisa rara até aqui) e mostrar o meu guia e apontar para o símbolo de camping, e percebi o problema - estava em Ehingen e não em Ersingen onde realmente existe o parque :o/

E lá sigo mais 13km até Ersingen, onde também não foi fácil de encontrar o parque. Via as setas a dizer camping mas nada de o ver, até que fui à cervejaria Gasthaus Zum Hirsch (gasthaus quer dizer pousada) perguntar e fez-se luz. O parque de campismo era no relvado desse mesmo bar, sem qualquer tipo de portões ou gradeamentos mesmo junto ao caminho e apenas com um contentor com WC - 7€.

Montado o acampamento fui dar uma volta pelo sitio mas não havia absolutamente nada com excepção da cervejaria.

 

14.Agosto.2017

3º Dia . Ehingen - Donauworth . 116km com uma elevação total de 384m

Mais uma noite não muito bem dormida e desta vez acordei com o som frenético dos sinos às 5h30, levantei-me às 6h00 e só às 7h30 iniciei o dia na bicicleta.

Na primeira fase da manhã rola-se sempre paralelos à estrada e um pouco antes das 9h00 chego à primeira grande cidade Ulm (21 Km), onde nasceu Albert Einstein e com a catedral com a torre mais alta do mundo (161m). Estava na expetativa de encontrar alguma referência a Einstein, nem que fosse uma loja mas não vi nada. Ulm é também a fronteira para entrarmos na região da Baviera.

Saio de Ulm pelo parque da cidade, como na grande maioria das cidades em que existe sempre grandes parques verdes à entrada e saída.

Pouco depois estou num bosque bastante serrado e bonito e em estrada de terra, passo por Gunzburg (50 Km) e segue-se Dillingen (76,5km) um pouco depois o destino final do dia Donauworth (116 Km.

A precisar de dormir bem fui até ao posto de turismo perguntar onde era a pousada da juventude, aqui tinham informação sobre todos os alojamentos da vila e preços. Telefonaram para uma pensão que me pareceu muito bem a confirmar se tinha quarto disponível e assim por 35€ fiquei no Café Restaurante Buena Vista mesmo na praça central - TOP! Se fosse sempre assim era muito mais fácil e justo encontrar alojamento.

Sinalização ciclovias Alemanha

 

15.Agosto.2017

4º Dia . Donauworth - Neustadt . 113km com uma elevação total de 756m

Finalmente uma boa noite, acordei às 7h00 e às 7h30 tinha uma mega pequeno almoço à minha espera .o). Às 8h00 estava na estrada e a saída de Donauworth é por um parque muito bonito mas as indicações são escassas, aliás como em quase todo o dia de hoje. Esta é a zona de toda a rota mais mal sinalizada e onde temos de estar mais atentas.

Pela primeira vez, este dia tem mais subidas que descidas e o saldo final recai nas subidas, confesso que até sabe bem para quebrar um pouco da monotonia que senti até agora no percurso. O inicio do dia faz-se essencialmente pelo alcatrão até chegar a uma localidade - Riedensheim (34 Km) em que tem a sinalização riscada (obras) e nos envia para a direita para uma grande subida, depois dessa subida entro numa zona de bosque muito bonita que faz lembrar um pouco a Galiza e tal com na Galiza o sobe e desce é constante.

Ao sai da zona de bosque estou de frente para o rio e entro num "estradão" e as indicações desaparecem, ando por ali um pouco perdida uma senhora alemã tentou ajudar-me com explicações em alemão mas não deu em nada e andei mais de 1h30 perdida para ir sair novamente ao inicio da subida e da entrada no bosque :o( voltei para trás pelo caminho alternativo que me levou até ali e sem encontrar sinalização segui por uma via onde estavam bastantes ciclista e foi uma boa opção.

Chego a Neuburg (52 Km sem o engano penso que serão menos 10km) e aqui é novamente o caos de falta de sinalização. Existe uma informação - VIA AAL e como não sei o que é resolvo seguir as indicações para Ingolstadt , percebo depois que me afastei do curso do rio e este troço não o faço pela rota certa.

Chego a Ingolstadt (78 Km) volta da hora de almoço e é mesmo por aqui que o faço. Pela primeira vez em 4 dias consigo conversar com alguém, o empregado cubano do local onde almocei. Os alemães não são as pessoas mais sociáveis do mundo e até agora não encontrei muitos que falem inglês.

A saída de Ingolstad também não é clara mas lá consegui seguindo outros ciclistas com alforges que existem assim mais probabilidade de estar a fazer a mesma rota.

A paisagem continua no mesmo "tom" até chegar a Neustadt (113 Km) um pequena localidade onde acaba o dia. Como as previsões são de chuva resolvi não ir para o campismo e ficar na Gasthof Amtmann = 40€.

 

16.Agosto.2017

5º Dia . Neustadt - Straubing . 113km com uma elevação total de 565m

Choveu a noite toda e de manhã ainda chovia, esperei um pouquito e a chuva começou a abrandar pelo que arranquei perto das 9h00 já com muito pouca chuva. Rapidamente cheguei a Staubing (15,5 Km) e logo depois a (17 Km) um parque de estacionamento onde tinha setas para a direita (subida inclinada) ou esquerda que é a opção onde apanhamos o ferry que era a minha intenção. Fui para a esquerda e comprei o bilhete do barco = 8,30€ e esperei um pouco até às 10h30.

A viagem tem cerca de 4 km e é muito bonita é penso que é a melhor opção para se chegar a Kelheim, que é mais uma localidade bonita e a chegada de barco é mesmo muito espetacular.

Continuo e passo por um dos trilhos mais bonitos do percurso, além de que o seu cheio de nuvens brancas a contrastar com o azul do céu criou sem dúvida um cenário espetacular e perfeito para o almocinho!!

Forças repostas continuei viagem e em Poikam (37 Km) passo pela barragem para a outra margem e cheguei muito facilmente a Regensburg (60 Km) que também se pode chamar de Ratisbona. Uma grande cidade com muito turismo e muita gente. Dei uma volta pelo centro mas como havia tanta gente resolvi seguir viajem sem me demorar muito mais e sem visitar a catedral.

Continuei por mais uma zona muito bonita e sempre muito perto do rio e com alcatrão a rolar bem, quando passamos por baixo de um viaduto da autoestrada temos duas opções: direita - estrada de terra e distância mais longa e esquerda - alcatrão e um pouco mais curto. Fui pela direita e penso que foi a melhor opção.

Cheguei a Straubing (113Km) por volta da 17h e percebi que o alojamento ia ser difícil pois havia uma mega festa e eram centenas de pessoas pelas ruas. É muito engraçado porque é bastante frequente ver os alemães vestidos com as suas roupas tradicionais e neste dia festivo a grande maioria estava assim vestido é que é muito interessante.

 

17.Agosto.2017

6º Dia . Straubing - Obernzell . 129km com uma elevação total de 762m

Boa noite, bom pequeno almoço e começo a rolar às 7h45. Para sair de Straubing atravesso uma ponte e fico na margem esquerda do rio. A manhã passou-se nos mesmos cenários de campos de milho e cultivo, Bogen (14Km), e passei pela primeira aldeia com uma mercearia (viva!), despistei-me durante algum tempo porque não reparei que as indicações me mandavam fazer uma curva em banana, felizmente resolvi voltar para trás e encontrei o engano e entrei novamente no percurso certo. Nesta fase vamos mesmo junto ao rio e as margens são compostas por pedrinhas e conchas pode ser uma boa altura para um mergulho.

Depois vem Deggendorf (41 Km) e quando chego a Seebach (47 Km) vou a um mini mercado abastecer-me aproveito também para ir ao wc (existem várias casas de banho públicas ao longo do percurso) e decido se vou pela direita ou esquerda, optei pela via de Winzer (esquerda) e segui viagem e em algumas partes a sinalização é escassa (é cada vez mais frequente surgir opção de circular pela margem esquerda ou direita do Danúbio). Passo por Winzer (65 Km) e por volta da hora do almoço estou a chegar a Vilshofen (80 Km), e lá tive de parar numa mesinha de madeira para confeccionar mais uma bela almoceta .o)

Quanto mais pedalo entre campo e sossego mais a chegada às grandes cidades se tornam quase insuportáveis, pelo que decidi nem sequer entrar em Vilshofen e continuei a minha jornada pelo lado esquerdo do rio. Em Windorf (84 Km) baralhei-me um pouco (não é necessário nem recomendável ir à estrada, basta subir e descer a colina) e pouco depois alcanço a central elétrica de Maierhof (103 Km) que é bastante engraçada e majestosa.

Continuo por uma zona de parque e começo a aproximar-me de Passau, outra grande cidade que delimita a fronteira entre Alemanha e Austria e onde o rio Inn se junta ao Danúbio e provoca um efeito engraçado pois os dois rios tem cores diferentes e é perfeitamente visível essa diferença num mesmo braço de rio.

Passau (108 Km) é uma cidade muito turística e com grande movimento de barcos/hotel, muitas pessoas e grupos estão alojados nos barcos e fazem km de bicicleta até uma cidade mais adiante - interessante!

Segui caminho e cerca de 15km depois encontrei um camping/pensão numa zona muito bonita (um pouco depois de Obernzell) e por aí terminei o dia. Estes 15 km foram efetuados numa ciclovia paralela a uma estrada com muito trânsito e barulho.

Aqui encontrei o unico alemão com sangue português, super simpático e falador, tivemos grandes conversas - ele em alemão e eu em português TOP!

 

18.Agosto.2017

7º Dia . Obernzell - Mauthausen . 106km com uma elevação total de 734m

O inicio da manhã é muito bonito e interessante e pauta-se pela entrada na Austria que para minha desilusão não consegui perceber exatamente onde foi, apenas a mudança de sinalização e as bandeiras me alertaram para o facto de já estar noutro país (penso que foi cerca de 6 Km depois)

Quando aparecem no chão setas amarelas com várias localidades é sinal que chegamos ao final do caminho (20,5 Km) na margem esquerda e temos de passar para a outra margem num pequeno barco = 2,50€.

A viagem de barco é muito rápida e este está sempre a andar de um lado para o outro. O desembarque é em Schlogen (21,5 Km) uma pequena localidade que ao que me apercebi apenas tem um hotel que alberga muitos cicloturistas. Penso que é possivel subir ao alto de uma colina de onde se tira uma foto do Danúbio muito bonita mas não consegui perceber exatamente onde era essa subida e por isso continuei caminho.

A partir daqui o percurso é muito bonito, sempre com o rio ao meu lado esquerdo e muito próximo e uma estrada em alcatrão muito bom de rolar e sempre com muita sombra de um bosque frondoso. Aschach (47,5 Km) é a primeira localidade que encontramos depois de Schlogen, apesar de podermos encontrar alguns bares mas que essencialmente vendem bebidas.

É muito interessante ver excursões de pessoal da 3ª idade de bicicleta - TOP!

Em Aschach temos duas opções de caminho, passar a ponte para a margem esquerda ou continuar pela direita que foi a opção que escolhi. Os primeiros km são praticamente sem sombra e continuamos sempre muito junto ao rio até que avistamos na outra margem uma palácio branco (Ottenshein) e pouco depois temos um cais e temos de passar de barco (64,5 Km) para a outra margem (a outra opção de Aschach de passar a ponte evita esta viagem de barco).

Este barco é grande e leva carros, é ridiculamente demorado uma vez que de uma margem para a outra não são mais de 100m e os tripulantes e à semelhança da imagem que fiquei dos Austríacos são uns "grandes cromos" o preço também ridículo = 3,20€. Estava muita gente à espera e pela primeira vez nesta viagem ouvi pessoas a falar alto e a "ralhar" com crianças - era um grupo de Italianos :o) e como soube bem ouvir tons de voz mais altos e exaltados!

Ottenshein (64,7 Km) é muito agradável e com uma oferta de restauração muito interessante. Os 10km que se seguem não são agradáveis, uma ciclovia colada a uma estrada com muito trânsito e muito barulhenta e assim chego a Linz (74,5 Km) a capital da Alta Austria. Para entrar na cidade atravesso a ponte para a margem direita.

Linz estava em festa com vários palcos de música e muita gente na rua, dei uma volta e fugi da confusão. Para voltar ao caminho atravesso novamente a ponte e a saída da cidade faz-se por um grande e bonito parque ideal para uma paragem para almoço, almocei no equivalente às nossa "roloutes" de comida um prato típico que não salsicha (que não gosto) e estava muito bom o preço é que não foi muito giro para a comida que era - 8€.

O percurso a partir daqui é sempre em linha reta e com pouca sombra (cerca de 15km), aconselho a levarem nesta tarde fato de banho e até a acabarem o dia num lago espetacular com parque de campismo que existe pouco depois de Linz - Plesching (83 Km). É um relvado muito grande com árvores à volta de uma lago enorme de água cristalina e quente e que funciona como praia, super tranquilo, relaxante e silencioso.

Fiquei com pena de não ter ficado por ali mas como sabia que ia chover não queria passar a noite num parque de campismo. Um pouco antes de uma barragem (95 Km) voltamos a ter duas alternativas para Viena - em frente R1 (a que escolhi) e uma alternativa. Penso que a alternativa seria o caminho que dá acesso ao antigo Campo de Concentração de Mauthausen.

Seguindo em frente alternamos zonas de bosque com campos de milho até que a estrada acaba em mais um cais e lá aparece um barquinho (105 Km) para me levar para a outra margem = 2.30€

Fui a única passageira nesta viagem e desembarquei em Mauthausen (106 Km), onde decidi acabar o dia. Fui ao posto de turismo mas não tinha ninguém apenas vários panfletos e informações em Alemão :o( um posto de turismo apenas com a informação em Alemão ??

Ao lado do posto de turismo existia uma restaurante pensão e foi onde fiquei = 45€ sem pequeno almoço. Mais uma vez fiquei com a sensação que na Áustria sempre que se podem aproveitar de ti o fazem e os preços e forma de lidar parece sempre pouco clara.

Aqui às 18h00 também fecha tudo, pelo que acabei a fazer uma longa caminhada até á zona comercial à saída da localidade para conseguir fazer algumas compras.

Muito interessante perceber as diferenças entre austríacos e alemães, deixem de ver o conceito do cicloturista e da utilização da bicicleta como meio de transporte e passou a ser predominante o ciclista desportivo com bicicletas de estrada e equipados a rigor com grandes marcas. E podendo estar a ser muito injusta, além de mais vaidosos e como dizem os espanhóis "muy chulos" aqui não me senti muito segura de poder vir a ser enganada.

 

19.Agosto.2017

8º Dia . Mauthausen - Pochlarn . 76km com uma elevação total de 526m

Tal como previsto a chuva chegou em grande, arranquei com ela e assim andei toda a manhã sem que esta me desse um segundo de tréguas. Ao final da primeira hora começo a perceber que o meu material não é assim tão impermeável e paro para trocar de roupa junto a um café com esplanada (fechado) que está junto a uma barragem (18 Km). Nestes 18 km não existe qualquer abrigo de sombra ou chuva e assim continuei durante os próximo km até chegar um pouco antes (35km) de Grein onde passo para a outra margem do rio. Temos duas opções, continuar na margem esquerda e passar mesmo por Grein ou atravessar a ponte e continuar pela margem direita que me pareceu bem mais tranquila e bonita uma vez que a outra margem vai paralela a uma estrada nacional.

O caminho é bastante bonito e na Austria parece haver mais algumas preocupações turísticas e a rota passa por mais localidades no entanto a chuva torna tudo mais difícil e desagradável.

Estou cada vez mais molhada a pesar de quando pedalo não sentir frio, mas basta parar 1 minuto para sentir o corpo a arrefecer rapidamente. Por volta das 12h30 chego a Pochlarn (76 Km), onde tinha planeado ficar pois a estação dos comboios faz ligações para onde eu queria ir. E o plano inicial era arranjar alojamento, secar-me, deixar os alforges e durante a tarde pedalar até Melk para visitar o convento. No entanto a chuva não abrandou e resolvi ficar onde estava e preparar a viagem de regresso. Como era sábado não havia funcionários nas estação e era impossível obter informações.

Felizmente tenho uma aplicação no telemóvel que me salvou - ROME2RIO - recomendo, dá-nos as várias opções de transporte em qualquer parte do mundo.

Como já conheço Viena e neste tipo de viagens não gosto nada da aproximação às grandes cidades optei por dar por concluída a minha viagem. Mas para quem não conheça Viena penso que será de todo interessante acabar a viagem Klosterneuburg (parque de campismo nos subúrbios de Viena) e não deixar de visitar esta bela cidade.

 

No dia seguinte apanhei 4 comboios de regresso a Donaueschingen, 10 horas a andar de comboio mas as ligações e o espaço para a bicicleta não poderia ter sido mais perfeito.

DICAS QUE PODES SER IMPORTANTES:

Aos domingos e feriados está mesmo tudo fechado, poderão estar abertos alguns bares, mas na zona mais rural da Alemanha poderemos andar vários km sem encontrar absolutamente nada aberto onde por exemplo comprara água.

Existem alguma fontes onde podem abastecermos-nos de água - Água Potável diz-se TRINKWASSER

Às 18h fecha quase tudo, alguns hipermercados estão aberto até às 19h/19H30

Muitos dos parques de campismo, são quase zonas de acampada livre apenas com balneários. Os minimercados ou cafés a que estamos habituados nos nosso parques não são muito comuns

As garrafas de água vendidas nos cafés, bares ou restaurantes são muito caras, cerca de 4,80€

Em algumas partes do percurso existem várias rotas diferentes e a Rota do Danúbio está assinalada para os dois sentidos por isso tenham cuidado junto das setas com muita informação.

IMG_2468

Palavras IMPORTANTES:

Gasthaus = Pousada

Donau = Danúbio

Donau Radweg = Rota do Danúbio

Trinkwasser = Água Potável

Eu viajei com o guia das Edições Desnivel que penso é uma excelente ajuda:

bottom of page