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Caminho Português da Costa (Porto)

3 Etapas . 258km . Altimetria = 3332m


Tudo pronto para o meu quarto Caminho de Santiago e segundo Caminho da Costa com partida do Porto. Desta vez é uma viagem de "girl power" a expetativas são altas :o). Esperamos muito frio, e mais uma vez paisagens deslumbrantes que só as cores de Outono tornam possivel e dão um encanto muito especial


A viagem começou no dia 30 com partida de Sta Apolónia no comboio da 15h30 até ao Porto no Intercidades. Cada carruagem tem capacidade para levar duas bicicletas penduradas e quando compramos o bilhete já temos o número da carruagem e os lugares mais próximos das bicicletas. Tudo correu na perfeição - bravo CP! (bilhete = 24,30€)

Comboio Intercidades . Lisboa - Porto

Chegámos á Estação da Campanhã um pouco depois das 19h, perguntámos qual o melhor caminho para chegar ao Albergue que fica muito próximo da rotunda da Boavista, e aconselharam-nos a descer até ao rio e seguir pela zona ribeirinha até encontrar uma avenida com uma grande subida que nos levava ao destino. Assim fizemos e não tenho a certeza se foi o melhor porque nos perdemos e acabámos por demorar cerca de 1h30 a chegar depois de muitos km, de qualquer forma é sem dúvida um caminho muito bonito e chegar á Ribeira com esta toda iluminada é um cenário que vale a pena.


Mais uma vez optei pelo Albergue dos Peregrinos do Porto (10€) e mais uma vez fomos muito bem recebidas! O albergue tem excelentes condições só é pena ser muito frio, felizmente disponibilizam várias mantas.

01.Dezembro.2017

1º dia . Porto - Carreço - 93km com uma elevação de total de 723m

Depois de uma noite bem dormida a alvorada foi às 6h15, bicicletas prontas e pequeno almoço tomado na cozinha do albergue arrancámos para o nosso Camiño às 7h25. E desta vez resolvi começar a seguir as setas que estão junto ao albergue e nos fazem começar a viagem por cima. Ou seja, não descemos até à zona ribeirinha. No entanto a opção mais bonita é sem dúvida ir à Torre dos Clérigos, passar pela livraria Lelo e descer a Avenida dos aliados até encontrar o rio.

A opção que tomámos leva-nos por dentro da cidade e poupa kms, e em Matosinhos o caminho divide-se e temos duas opções: em frente o Caminho Central e para a esquerda o Caminho da Costa. E assim seguimos até que perdemos as setas de vista e decidimos baixar para encontrar a costa, e rapidamente chegámos ao porto de Leixões e atravessámos a ponte sobre o rio Leça (9 km).


Seguimos por ciclovias paralelas ao mar num cenário muito bonito, passando pelo Farol e miradouro da Boa Nova (13 km).

Vamos passando por uma ou outra seta ou sinalização que nos confirma que estamos no Caminho


Pouco depois temos o inicio da zona de passadiços por onde as bicicletas não podem circular, mas vamos continuando até Labruje (23 km) (neste troço sem ciclovia), passamos o Mindelo (27 km) e pouco depois podemos entrar num dos passadiços.


Um destes passadiços leva-nos a ter de subir umas escadas até um marco geodésico e depois voltamos a ter de carregar com as bicicletas pois voltamos a ter escadas para descer.

Termina o passadiço e voltamos ao asfalto junto às praias passando pelo café Areal (29 km) para pouco mais á frente termos novamente passadiço que termina numa zona de estacionamento.

Curva e contra-curva no alcatrão e chegamos a Vila do Conde (32 km), atravessamos a ponte sobre o Rio Ave e avista-se uma Nau Quinhentista á esquerda e o Mosteiro de Sta Clara em frente. Na chegada a Vila do Conde devemos ter algum cuidado a atravessar a ponte pois tem muito transito e é estreita. Assim que passamos pela ponte devemos atravessar a estrada e virar para a esquerda para o jardim da Praça da República (aqui temos casas de banho públicas). Seguimos com setas bem visíveis, passamos pelo Centro de Interpretação Ambiental, pelo Forte de S. João Batista (33 km) e pouco depois circulamos por uma zona de estacionamento ou pela estrada (Avenida do Brasil). E seguindo por esta avenida que se transforma também em ciclovia chegamos à Póvoa de Varzim (38km).



Continuamos pela marginal da Póvoa sempre com o mar e areia bem perto. E quando acaba o bem bom do pavimento "lisinho" entramos numa zona de empedrado (41 km) e circulamos agora por estrada já sem o mar à vista por pequenas localidades, passamos perto do parque de campismo da Orbitur (48km) e seguimos por entre hortas e campos de cultivo com muitas couves para o Natal .o). Passamos a Apúlia (51km) e entramos na Rua da Adra e seguimos sempre em frente até entrarmos em Fão (55km).


*Talvez em Apúlia possa ser uma boa opção virar para a esquerda e seguir pela Avenida Marginal Cedovém.


Em Fão paramos para almoçar no Chalé - Tapas Bar, junto à igreja e onde se come muito bem e até tem carimbo e livros sobre o Caminho. Energias repostas seguimos e um pouco mais à frente junto à capela do lado direito temos uma cabine telefónica do Caminho e lá dentro um carimbo. Infelizmente, alguém vandalizou o carimbo e este está danificado.



Logo depois atravessamos o Rio Cávado entrando um pouco na N13 e seguimos para Esposende (58km) onde voltamos a encontrar o conforto de uma ciclovia mas é "sol de pouca dura" e voltamos ao empedrado e algum asfalto. Em Marinhas (63km) conhecemos o padre da paroquia, muito castiço e tivemos um tempinho à conversa e a carimbar as credenciais. Continuamos paralelas à N13 até que a atravessamos e entramos na zona de bosque (69km).


Na minha opinião, esta é a zona mais bonita do dia de hoje - Castelo de Neiva. Depois de passarmos por este mapa do Caminho em pedra começamos a descer e vamos ter de sair das bicicletas pois o caminho tem muito calhau e é um single track. No final da descida temos uma ponte "rasteira" de pedra sobre o rio Neiva.







Depois de desfrutar da paisagem, iniciamos subida a subida do dia, primeiro por terra e depois por uma estrada bem inclinada (chega aos 9% de inclinação) até à igreja de Santiago onde podemos carimbar a credencial e temos WC publico (72km).


Temos ainda mais um pouco de subida e uma vista fantástica do mar e depois aparece uma bela descida, continuamos por bosque. Passamos pelas localidades de Chafé (76km), Anha (78km) e aqui voltamos a ter uma "boa" subida. E depois de uma subida e vem sempre uma bela descida e entra-se na N13 é vamos lançadas até Viana do Castelo (80km). Atravessamos a Ponte Eiffel e seguimos para a zona ribeirinha.


Em Viana com o sol a por-se, muito frio e 80km nas pernas optamos por ir sempre a rolar pela N13 que até tem alguns troços de ciclovia e não por onde as setas nos mandam - empedrado paralelo à nacional.


Terminámos a jornada no Carreço, no melhor Albergue do Mundo! - Casa do Sardão (12€) com direito a edredão e lençol, super almofada com fronha, toalhas de banho e uma salamandra bem quentinha e simpatia - TOP!


No Carreço temos duas opções de jantar, a 10 minutos a pé do Albergue ou se quisermos podemos confeccionar comida na cozinha.

 

02.Dezembro.2017

2º dia . Carreço - Redondela - 80km com uma elevação de total de 891m

No albergue Casa do Sardão as noites são sempre quentes e bem dormidas! acordámos às 6h15 e depois do pequeno almoço começamos a rolar às 7h20.


Logo à saída tomámos a decisão de fazer um desvio e virar à esquerda para baixar até junto da linha do comboio e por aí seguir. O caminho manda-nos seguir em frente e entrar numa zona com bastante declive.


Seguimos assim paralelas à N13, passamos Afife (3km) e um pouco depois já no caminho entramos mesmo na N13 e temos de fazer a saída da Vila Praia de Âncora (7km) onde tomamos um belo segundo pequeno-almoço.



Continuamos viagem um pouco mais quentes, a manhã começou com 1,8 graus. Passamos pelo Forte de Âncora e seguimos com o mar à vista por uma nova ciclovia até que começamos a avistar a praia de Moledo e o Monte de Santa Tecla já na margem espanhola do Rio Minho.


Mesmo junto à praia de Moledo (12km) temos de virar para dentro e deixar de ver o mar, seguindo pela avenida de Santana. Cruzamos uma rotunda e seguimos pela avenida do Camarido (o caminho está muito bem sinalizado) uma longa recta até Caminha (16km), vale a pena desfrutar um pouco da praça da central e da torre do relógio bem como da bonita ponte e cenário sobre o rio Coura e a vista do rio Minho.


Atravessamos a ponte e seguimos por alguns metros na N13 para entrar num estradão ladeado de árvores que rapidamente nos leva a uma estrada secundária paralela à N13, até que temos mesmo que entrar na Nacional em Seixas (20km) até que um pouco depois viramos á esquerda e baixamos ao rio para entrar na Ecopista do Minho (21km). Cerca de 1km depois temos de atravessar a linha do comboio e voltar à N13.


Para pouco depois (+- 1km) voltarmos à Ecopista e por aí seguirmos numa das paisagens mais bonitas de todo o caminho.


Continuamos sempre a rolar com muita facilidade mas com muito frio e humidade, passamos a bonita Vila Nova de Cerveira (29km). Um pouco antes de Vila Nova de Cerveira, a ecopista acaba e seguimos por estrada de terra até passarmos por algumas casas e voltamos a reencontrar o tapete vermelho (muito estranha esta situação). Temos uma subidinha quando passamos pelas piscinas municipais (29,5km).


Continuamos sempre junto ao rio até que a seta nos manda passar por baixo da linha do comboio (41km) e seguimos por uma singletrack. Desta vez optamos por não passar por baixo da linha e continuar pela ciclovia que nos levou a virar à esquerda e a seguir novamente para o rio. Para seguir as setas deveríamos entrar na estrada ladeada de casas. Mas a opção de voltar ao rio é muito mais bonita! Acaba a ciclovia e temos novamente uma subida (43km) e seguimos por essa estrada até que avistamos os quartel dos bombeiros e viramos à esquerda para entrar em nas muralhas do castelo do centro histórico de Valença do Minho (44km). É um excelente local para fazer uma paragem e almoçar e apreciar um pouco da cidade.


Para sair do castelo temos de descer algumas escadas e no final viramos à esquerda e deparamo-nos com o Rio Minho e a bonita ponte de ferro que une Portugal e Espanha. Assim que atravessamos a ponte estamos em Espanha e em Tui (48km), e muito rapidamente chegamos ao centro histórico e junto à Catedral onde podemos carimbar a credencial (aos sábados o posto de turismo fecha às 14h). Um pouco depois entramos numa estrada com uma berma protegido onde podemos rolar com muita facilidade, mas temos de ter alguma atenção pois vamos ter de entrar para um caminho de terra do lado direito (53km) e seguimos por bosque até que nos deparamos com duas opções: caminho alternativo ou pelo polígono industrial.


Como pelo caminho alternativo temos umas subidas muito pronunciadas e a beleza do caminho não compensa desta ver optámos por seguir pela estrada em linha reta que nos leva rapidamente a Porriño (63km). Aqui temos de estar atentas porque temos de atravessar a estrada para virar para a esquerda e ir por ruas secundárias até à praça da catedral.


Seguimos até uma rotunda grande e seguimos em frente na rotunda (cuidado porque tem muito trânsito e temos de estar atentas às setas). Entramos numa zona de bosque muito bonita seguindo o percurso do Rio Louro (66km). Começam algumas subidas e ainda temos de atravessar uma estrada de e continuamos a subir e depois de passar Mós (70km) temos a subida do dia, bem empinada (13%), são cerca de 4km a subir. Depois temos uma maravilhosa descida até Redondela (80km)


Em Redondela basta seguir as setas para nos depararmos com o Albergue Municipal (6€) que é espaçoso e muito bem aquecido. Esta localidade não é particularmente bonita.

 

03.Dezembro.2017

3º dia . Redondela - Santiago de Compostela - 85,5km com uma elevação de total de 1718m

No Ultimo dia e aquele que apresenta maior altimetria e o que os espanhóis chama de "Rompe Piernas" porque rolamos num constante sobe e desce.


Acordamos às 6h30 e começamos o dia com noite escura uma vez que em Espanha é mais uma hora e portanto amanhece e escurece mais tarde. Saímos de Redondela e temos de atravessar a N550 e descer para uma rua paralela. Quanto voltamos à nacional é para começar uma subida com pendente de 12,8% e entramos em zona de bosque.



São cerca de 3km a subir e no final da subida temos um retângulo cheio de vieiras com diferentes inscrições. Esta foi a manhã mais fria da viagem e chegámos a um mínimo de 2º graus



Depois deste topo entramos numa agradável descida até que chegamos a uma zona com grandes pedras e temos de empurrar várias vezes a bicicleta. Até que chegamos a Arcade (7km) e à ponte romana sobre o rio, o percurso até Arcade é um pouco irritante pois descemos e subimos em zig zag e vamos atravessando a nacional (quem optar por seguir tranquilo pela nacional deve estar atento na descida porque tem que se virar para a direita). Depois de atravessar a ponte é necessária alguma atenção porque as setas são escassas. Pouco depois vamos ter uma subida muito dura (11,5km) com mais de 13% de inclinação.


E chegamos a Pontevedra (20km) mesmo a tempo de um belo 2º pequeno almoço. Depois de Pontevedra continuamos sempre a subir e a descer até que parámos em Caldas del Rey para carimbar na catedral as nossas credenciais.



Depois de Carracedo temos uma subida a 17% de inclinação (49km) e chegamos a Pontecesures (58km) e atravessamos a ponte sobre o Rio Ulla e seguimos paralelos a um braço do rio até Padrón (61km).


*Reza a lenda, depois da sua morte em Jafa (Israel), os restos mortais de Santiago foram transportados para Padrón e depois depositados num local remoto, no monte Libredón, onde hoje se ergue a catedral de Santiago de Compostela.



Continuamos num ritmo já muito lento e cansado em subidas e descidas, com ansiedade da chegada a aumentar. A espaços rolamos pela N550 mas que para quem quiser nos leva diretos até Santiago. Em subida passamos por Rúa dos Francos (72km) e continuamos a subir por mais cerca de 6km. A subida acaba em O Milladoiro (78km) já muito próximas de Santiago. Depois umas belas descidas, para os últimos 3km serem as derradeiras subidas até à Praça do Obradoiro onde se encontra a Catedral de Santiago de Compostela (que continua em obras).


Fotografias e emoções passadas e é altura de ir ao Albergue The Last Stamp (15€) tratar da hospedagem. Depois de instaladas fomos á Oficina do Peregrino levantar as respetiva Compostela ou Boas Vindas para quem faz a viagem sem motivos religiosos ou espirituais.

 

O regresso foi mais uma vez no Autocarro da Alsa que sai todos os dias às 12h de Santiago. O bilhete está bastante mais caro - 68€ (pagamos 10€) pela bicicleta e infelizmente tivemos de ouvir os gritos e má educação do motorista daquele dia e que além de ter passado das marcas da forma como falou foi propositadamente pouco cuidadoso a arrumar as bicicletas na bagageira - uma vergonha!

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